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Clínica odontológica é a mais procurada do Projeto Canudos

A odontologia é uma das especialidades mais procuradas. Foram realizados 240 atendimentos na 3ª edição do Projeto Canudos. Entre as intervenções mais comuns estão extrações, restaurações, tratamento de urgência para dor, raspagem e orientações de prevenção, higiene e saúde bucal. O problema mais comum ainda é a cárie, algumas levando à perda total do dente. Isso acontece porque a população não foi educada para uma higiene bucal adequada. Segundo a dentista e coordenadora da odontologia do Projeto, Aline Gonçalves, o mais comum é extração. “As pessoas não têm condições de fazer o tratamento de canal e, muitas vezes nem mesmo as restaurações”, explicou. O atendimento do Projeto não possui estrutura para realizar tratamentos de canal porque demanda tempo - geralmente é feito em mais de uma sessão-, além do manuseio do raio x, que deve ser colocado em uma sala isolada e periciado pela vigilância sanitária por causa da radiação. “Nestes casos conversamos com o paciente e na maioria das vezes eles não possuem condições de pagar pelo tratamento que custa em torno de 400 reais”, completou Aline. A equipe contou ainda com mais cinco estudantes de odontologia. Entre eles a aluna do 8° semestre, Jéssica Capelo Franco, que relatou outro problema bem comum entre os moradores, a raíz residual: “isso ocorre quando a pessoa perde o dente por cárie e só fica a raiz, neste caso o único tratamento é a extração”. Os idosos também procuraram atendimento. Entre este público, os casos mais comuns são doenças fúngicas e bacterianas. Isso ocorre porque a maioria usa prótese sem a higienização correta. A equipe instruiu quanto aos cuidados com as gengivas que devem ser limpas com gaze para eliminar os resíduos de alimentos. Também é necessário prestar atenção se a prótese causa lesões ou machucados, pois um trauma persistente na mucosa pode desenvolver câncer. Esse quadro é agravado principalmente entre os fumantes e alcoólatras. Entre as crianças, o mais comum é a cárie em dentes de leite. Desta forma, as crianças começam com os problemas que são vistos anos mais tarde nos adultos. Aline completa que durante as intervenções era perceptível que a higiene bucal não é adequada. “Falta mais orientação, ninguém tinha o hábito de usar fio dental”, disse. Por isso, um dia inteiro foi dedicado à orientação de prevenção e higiene oral para adultos e crianças. Com palestras que ensinaram a comunidade a fazer escovação e usar o fio dental corretamente. Também foi realizado um trabalho de conscientização sobre a doença cárie e sobre a importância de escovar. Para as crianças, a orientação se estendeu a todos os alunos de 5 a 12 anos que estudam na Escola Municipal Alto Alegre, em torno de 60 alunos. As crianças receberam as orientações e em seguida foram levadas para ação prática da escovação e aplicação do flúor com e distribuição dos kits. A moradora Maria Mendes Pereira de 30 anos trouxe seus três filhos Anailson de 10 anos, Moisés de 6 e Alexsandro de 5 para as avaliações odontológicas e orientações. “O atendimento ajudou muito. Se não fosse o Projeto, não levaria em nenhum dentista, desde o começo meus filhos tratam aqui”, contou Maria. O relato de Maria não é único, muitas pessoas da região só recebem atendimento odontológico uma vez ao ano com a vinda do Projeto. Pois o acesso aos serviços de saúde é mínimo e as políticas públicas de saúde não atendem às necessidades da população. Uma das premissas do Projeto é a promoção da saúde e humanização. O extensionista Bruno Bisi, que participa pela primeira vez do Projeto, falou da mudança de alguns conceitos com sua profissão. “Aqui é muito mais carente devido à falta de assistência. Em São Paulo, o paciente compra o tratamento e pronto, aqui é diferente. As pessoas têm muito mais problemas de saúde e suportam muito mais”, contou. Bruno conta ainda que se impressionou em como a população valoriza o trabalho dos voluntários. “É fantástico porque eles recebem o atendimento como se fossemos as melhores pessoas do mundo. Como não temos condição de fazer todo tratamento aqui, sempre pedimos que procurem outros dentistas e eles não querem”, contou. Foi o que aconteceu com dos filhos de Maria “Moisés não deixou outro dentista fazer o tratamento e aqui conversaram com ele e conseguiram”, disse. A equipe de odontologia contou com a participação dos extensionistas Bruno Bisi, Bruno Turella, Jéssica Capelo e Letícia Pacheco da Universidade Metodista e Caroline Fregonesi da Uninove.


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